quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Eu quase nunca viajava nas férias de verão, e as coisas não mudaram até hoje.
Algumas vezes vovó juntava um dinheirinho e levava a gente pra passar uns dias em Raposo, tentando dormir com os roncos dela a noite e quase pegando um câncer de pele na piscina do hotel ou pegando alguma doença no meio das trilhas pelas montanhas.
O resto das férias eu passava em casa, trancada, e antes do computador, com televisão, rádio e um walkman, depois do computador, apenas com computador e dor de coluna.
O fato é que nas vezes que minha mãe desconectava o plug da internet discada e trancava no quarto eu socializava com a sobrinha da vizinha, que morava na época na capital, no RJ, e vinha passar as férias na casa da tia, que segundo ela era muito legal [credo].
Não to reclamando [criticando?] que ela não gosta de ler, e que não pretende seguir nenhuma profissão na vida, e nem consegue pensar direito querendo deixar tudo nas mãos de Deus, nem que com 20 anos é doida pra ter um filho com o primeiro homem que se apaixonar, porque é apaixonada por criança.
Hoje em dia ela mora aqui na cidade, nós não perdemos o contato, não somos amigonas, mas a gente caminha na praia juntas, ta valendo de alguma coisa né?
Eu vou do lado dela, caminhando e ouvindo, porque primeiro não tenho oportunidade de falar e segundo porque as coisas que eu tenho vontade de falar ela nunca nem ouviu na vida ._.
O que mais me intriga é que ela passa o caminho todo, sem parar, falando apenas de homens, dos meninos que ela gosta, dos meninos que dão em cima dela, e dos meninos que provavelmente querem alguma coisa com ela.
Hoje foi o caso de um primo do cunhado da prima dela [uma confusão], que está noivo de uma moça que tem um filho, e ele tem um filho com outra moça, e não contente, se juntou com a moça que tem um filho e foi morar junto com ela, e ainda infeliz, o infeliz decidiu [segundo ela] dar em cima dela, e quer ficar com ela a qualquer custo. O engraçado é que o cara liga pra ela e quando ela atende fica cheia de mimimi, risadinha, e quando o cara começou a seguir ela e parou do lado dela pedindo pra falar com ela, ela deu mole, se fez de gotosona, e eu do lado, vendo tudo e tentando entender, porque essas coisas na minha cabeça não entram, não consigo processar.

Quando eu não quero, eu não quero e pronto, e nem vem de mimimi porque você só vai ver minhas costas caminhando por outra direção e ficando bem longe de você.

Isso é genética ou foi meu pai que me ensinou a não ser boba e me mandava dar soco na parede pra bater nos menininhos?

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