terça-feira, 6 de novembro de 2012

Aquele em que eu percebo que sinto falta de tudo do que não deveria

Depois de passar um ano trabalhando, de segunda a sábado, durante doze meses e mais umas semanas de brinde, fiquei em casa por cinco dias. Atestado.
Bendito atestado. Ou maldito?
Fiquei em casa olhando pra tudo que é canto, com febre, doente, e pensando na vida. Eis o problema. Pensando na vida.
Só faz a gente perceber o quanto a gente sente falta de tudo que não deveria, ou até deveria, mas que ja não é mais pra se sentir falta. Vida passa, vida segue.
Mas eu sinto falta, sinto até que falta um pedaço de mim.
Eu sinto falta do pôr do sol, das tardes lendo livros, de ver filme até tarde.
Sinto falta de escrever, eu não escrevo mais. Não tenho tempo nem pra pensar em como pôr pra fora e canalizar todos os absurdos que eu vejo no mundo.
Tem tanta coisa guardada. Ainda não aprendi a canalizar.
Eu não queria, nem quero, voltar pros horários ou pra falta deles, se é que eu posso dizer assim.
Pros horários impostos.
Obrigações são necessárias, mas quando é necessário só com a gente faz uma diferença absurda.
Quando é obrigação nossa com a gente mesmo tem até outro sabor.
Eu sou de leão, não fui feita pra ter coleira.
Eu tenho muita vontade.
Fui criada assim, fazer o que?
Me mudar porque preciso? E ja não basta?
To farta.
Sem tempo pra viver, pra ler, pra ver filme, pra estudar. Quem diria, estudar?
E tudo pra que? Pra acordar cedo no sábado, trabalhar até ás 13:00 da tarde e ter um dia de descanso por semana.
E no fim do mês ficar devendo até a moça que vende hidratante Natura.

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